DAAD Brasil lança livro de entrevistas para celebrar seus 50 anos
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No processo de escolha dos entrevistados entre tantas biografias inspiradoras, foram seguidos critérios alinhados com a defesa de uma educação diversa, inclusiva e capaz de colaborar para a justiça social. São representadas todas as áreas do conhecimento, bem como as cinco regiões do Brasil. O equilíbrio no número de mulheres e homens também foi levado em consideração – em conversas com pesquisadoras, no entanto, fica nítido que ainda há muito a ser feito para promover uma maior igualdade de gênero no universo acadêmico.
Outro desejo era ver representada na publicação a diversidade racial brasileira e nessa busca o DAAD lidou com reflexos de questões estruturais da educação no país que apresentam enormes desafios. A grande maioria de ex-bolsistas brasileiros do DAAD é formada por pessoas brancas, com uma notável concentração nas regiões Sudeste e Sul. Junto com os 50 anos do DAAD Brasil, em 2022, completam-se dez anos da Lei de Cotas nas universidades federais brasileiras. Ainda que sejam palpáveis os avanços decorrentes dos esforços de reparação frente à histórica exclusão da população negra brasileira do acesso à educação, não se pode afirmar que eles já se reflitam na proporção de pesquisadores negros entre os financiados pelo DAAD. Relatos como os de Ellen Deuter, Hiaman Santos, Irene Alleluia e Jessica Oyie dão certeza de que é preciso trabalhar mais em prol de um fomento à pesquisa igualitário.
A publicação também apresenta alemães que trabalham em cooperação com o Brasil e contribuem para a construção conjunta de conhecimento. Nessa ponte entre continentes, os dois lados vivenciam as diferenças interculturais inerentes ao intercâmbio e têm a oportunidade de aprender com elas. Reside aí uma das mais importantes contribuições do DAAD: ao financiar a mobilidade física de seus bolsistas, a organização colabora concretamente para a construção de uma sociedade mais tolerante.
A leitura da publicação revela, ainda, a diversidade dos programas do DAAD, sejam de bolsas individuais (do mestrado ao pós-doutorado), sejam de fomento à pesquisa conjunta. Nesse segundo caso, destaca-se o programa Probral, criado em 1994 e, assim, o mais antigo fruto da parceria entre o DAAD e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
Já o fomento ao idioma alemão aparece não apenas nas entrevistas com pesquisadores da área, como também em um registro sobre o programa de professores visitantes de língua alemã, alocados pelo DAAD em diversas universidades federais brasileiras para atuar nos departamentos de Letras-Alemão.
Por fim, mas não menos importante, é apresentado também o trabalho do Centro Alemão de Ciência e Inovação (DWIH) São Paulo, que é gerido pelo DAAD desde 2017. Enquanto o DAAD celebra 50 anos no Brasil, o DWIH comemora dez anos de sua inauguração – números exatos que guardam histórias de incontáveis pontes construídas entre Brasil e Alemanha nas diversas áreas do conhecimento.